quinta-feira, 29 de março de 2012

Oficina de redução de danos e saúde mental: implicações às práticas de cuidado da atenção básica, em Garanhuns/PE

            Em nossa sociedade a discussão acerca de algumas temáticas acaba se tornando um grande desafio, um deles diz respeito aos/as usuários/as de droga. Comumente vistos como marginais, esse rótulo dificulta uma intervenção no âmbito da saúde, pois a equipe da rede de Atenção Básica carrega esta perspectiva na prática do seu cuidado, gerando um desconforto na relação dos/das profissionais com este público. Colocar o uso da droga antes do próprio sujeito que necessita de cuidado, se configura como um erro, inviabilizando um serviço humanizado para todos.
            É consonante com este novo horizonte de cuidado que este projeto foi construído, atendendo por sua vez, a um dos objetivos traçados em nosso projeto PET, o qual se aponta a importância de Capacitar à equipe sobre estratégias de redução de danos e detecção de transtornos mentais, em especial, os relacionados ao crack, na atenção básica visando o controle e encaminhamento na rede.
            Esta oficina foi elaborada e afirmou-se como recurso de importância ímpar para o inicio dessa mudança, tanto no que tange a estes/as usuários/as, bem como aos transtornos mentais que estes podem possuir. As estratégias de redução de danos expõem uma possibilidade de lidar com parte deste problema, trazendo para os profissionais a oportunidade de aprenderem a trabalhar com esse público de maneira mais adequada. É necessário para isso que haja qualificação desses/as profissionais, afim de que se conscientizem do seu papel de cuidadores na rede e se desapropriarem da lógica médico-psiquiátrica instaurada anteriormente na saúde, adquirindo essa postura e ação diferenciadas, nesse novo contexto que se apresenta.
     Abaixo, fotos da oficina realizada pela equipe PET. As fotos foram modificadas para preservar as identidades dos participantes, sendo apenas mostrados os rostos de uma das preceptoras e integrantes do PET.










Saúde mental na escola: um estudo sobre a percepção de estudantes e educadores acerca do crack, álcool e outras drogas

Um dos objetivos específicos do PET SM/Crack, é a educação permanente em escolas, nossa intenção foi de informar aos jovens sobre drogas, mas de uma maneira que não fosse repetitiva e mecânica, foi desenvolvido então um sub-projeto que visou à investigação da percepção dos alunos e professores do ensino médio, de uma escola no município de Garanhuns/PE, a respeito do uso/abuso de crack, álcool e outras drogas. E a partir do ambiente escolar apreender a maneira pela qual as informações sobre crack, álcool e outras drogas estão circulando e buscando compreender quais são as percepções dos alunos em relação ao uso/abuso de drogas; conhecer também a percepção dos professores sobre as drogas e como eles transmitem as informações a respeito do tema.
Foram realizados questionários e entrevistas com professores e alunos para obtermos essas informações e a partir da análise desses dados, desenvolvemos duas oficinas que foram aplicadas na escola. A primeira teve como foco drogas, seus efeitos no organismo, conseqüências de seu uso e  um destrinchamento sobre os diferentes tipos de uso e usuários. A segunda oficina realizada foi sobre redução de danos e estigma.  A partir dos dados coletados e as oficinas feitas, pretendemos ampliar o projeto para outras escolas do município.
Abaixo, algumas fotos da oficina. Em respeito as identidades dos participantes e garantindo o sigilo destes, as fotos foram modificadas, evidenciando apenas os rostos das integrantes da equipe PET.











Projetos de Extensão

A partir do projeto de pesquisa inicial do PET - SM/Crack, álcool e outras drogas, foram criados 3 projetos de extensão, que são eles:
  • A família, a contribuição das políticas de redução de danos e a desconstrução dos estigmas: o cuidado para com o usuário/a de crack, álcool e outras drogas dos serviços públicos de saúde.
  • Oficina de redução de danos e saúde mental: implicações às práticas de cuidado da atenção básica, em Garanhuns/PE
  • Saúde mental na escola: um estudo sobre a percepção de estudantes e educadores acerca do crack, álcool e outras drogas

segunda-feira, 19 de março de 2012

I Encontro PET-SM

Em breve, será realizado no município de Garanhuns, o "I Encontro PET-SM: fortalecendo a rede pública de saúde através da prática do cuidado aos usuários de crack, álcool e outras drogas". Esse evento será composto de mesas-redondas, mini-cursos e momentos de arte e cultura. Mais informações (inscrições, convidados, data, etc.), acompanhem o nosso blog.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pesquisa - Piloto


A equipe do PET-Saúde Mental/Crack, Álcool e Outras Drogas realizou uma pesquisa-piloto no mês de julho, através de questionários aplicados nas USF Aluízio Pinto e Boa Vista I, tendo como objetivo investigar o perfil dos/as usuários/as de drogas, e as formas de cuidados até então recebidos na Atenção Básica do município de Garanhuns-PE. Inicialmente foram realizados debates entre a tutoria e os estudantes durante as reuniões semanais do projeto, para adaptação de um questionário já existente (utilizado em Recife) e que serviria de modelo para a pesquisa-piloto. Essa adaptação ocorreu devido às necessidades percebidas pela equipe em relação ao campo pesquisado, levando em consideração a comunidade em questão, sem, no entanto, nos fechar apenas à realidade do município, buscando um olhar ampliado para as demais localidades do interior.
Visto a importância da coleta de dados desta pesquisa, procedemos com os aspectos éticos, que envolvem documentos como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, utilizado como forma de assegurar o sigilo dos participantes nas informações cedidas.  Entre os cuidados tomados na adaptação do instrumento, foram colocados aspectos relacionados à linguagem do questionário e forma de abordagem dos pesquisadores, considerando também a linguagem que esses utilizariam, tendo a preocupação de não haver uma compreensão errônea das perguntas, tampouco indução nas respostas. O questionário foi aplicado como piloto em algumas residências de famílias cadastradas nas USF citadas. As escolhas dos entrevistados foram realizadas de acordo com os Agentes Comunitários de Saúde que acompanharam os pesquisadores na localidade, facilitando em nossa abordagem aos moradores pela confiança depositada neles pela comunidade.
Essa pesquisa-piloto serviu também para testar o instrumento desenvolvido, aperfeiçoando-o para a aplicação que será realizada em breve pela equipe do PET nas demais localidades cobertas pelo programa.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Inserção no Campo-Boa Vista I/Aluízio Pinto; Boa Vista II e Boa Vista III

O contato com a pesquisa inclusa na proposta do PET-Saúde Mental, Crack, Álcool e outras drogas, abre a possibilidade para maior visibilidade do consumo de drogas, especialmente, das práticas sanitárias e sociais consequentes desta realidade cada vez mais frequente no município de Garanhuns.
A inserção no campo nesta fase exploratória da pesquisa e nestes locais específicos foi realizada com sucesso graças à técnica da Observação-participante, que facilitou a nossa interação com os profissionais da USF e mesmo com a comunidade coberta pela Unidade. O registro pontual em um Diário de Campo foi essencial para as trocas de informações mais fidedignas à realidade entre os integrantes da equipe do projeto e a tutoria. Foram obtidas informações de fontes diversas, desde os registros existentes no PSF (fichas de cadastro das famílias e prontuários), até o discurso dos/as próprios/as Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Atentar-se para a fala destes foi importante na construção dos saberes e dos vínculos com a comunidade, pois estão diretamente e diariamente lidando com as questões dos moradores.
Após a fase exploratória do projeto, iniciamos a realização de visitas domiciliares, às quais eram feitas com acompanhamento da psicóloga do NASF responsável pela unidade, bem como com a ACS responsável pela área a ser visitada.



Inserção de campo - COHAB II

        A inserção no campo realizada nas Unidades de Saúde da Família (USF) cobertas pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), do bairro COHAB II, nas unidades I, II, e III no município de Garanhuns, tiveram os vínculos estabelecidos entre os/as pesquisadores/as e os/as profissionais de maneiras distintas. A partir da inserção no campo foi possível perceber as diferenças existentes nas três USF’s, mesmo sendo estabelecido pelos pesquisadores/as um “padrão” de abordagem com os/as profissionais e usuários/as da rede. Em duas das USF’s foi estabelecido um vínculo que possibilitou a participação mais ativa dos/as profissionais das unidades na pesquisa, na outra USF os/as profissionais se apresentaram resistentes quanto à temática a ser trabalhada, pois tiveram um incidente com usuário/a de droga, envolvendo um dos profissionais dentro da unidade de saúde. Nas unidades em geral, os/as profissionais demonstraram receio quanto a temática a ser trabalhada, devido aos estigmas diante dos/das usuários/as de drogas existentes na comunidade, tendo dificuldade e abertura para receber o trabalho.



A inserção no campo - CAPS

Tendo em vista a inexistência de um CAPS AD no município de Garanhuns-PE, foi criado como estratégia um grupo de acolhimento realizado semanalmente para o cuidado com os usuários de Crack, álcool e outras drogas. Inicialmente, nossa inserção se deu através da observação do funcionamento desse grupo no serviço e do levantamento de dados através de documentos do CAPS para montar o perfil dos usuários do serviço em questão. As observações nesse serviço foram sendo direcionadas aos poucos. A cada visita aprimorava-se – com as leituras – como seriam realizadas as propostas e como seriam alcançados os objetivos da pesquisa – seguindo sempre a metodologia do projeto. Através de cada visita realizada, foi possível também visualizar como se dá não só o trabalho dos profissionais de saúde, mas como o/a psicólogo/a trabalha na atenção a esta, sobretudo no acolhimento a demanda de uso de drogas e como é realizada a proposta na rede, com relação a mesma. Sendo assim, foi visto o funcionamento das propostas das políticas públicas de saúde, como estas são acolhidas pelos/as profissionais e pela comunidade e, principalmente, como estão sendo concebidos os/as usuários/as nos serviços.