terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Pesquisa - Piloto


A equipe do PET-Saúde Mental/Crack, Álcool e Outras Drogas realizou uma pesquisa-piloto no mês de julho, através de questionários aplicados nas USF Aluízio Pinto e Boa Vista I, tendo como objetivo investigar o perfil dos/as usuários/as de drogas, e as formas de cuidados até então recebidos na Atenção Básica do município de Garanhuns-PE. Inicialmente foram realizados debates entre a tutoria e os estudantes durante as reuniões semanais do projeto, para adaptação de um questionário já existente (utilizado em Recife) e que serviria de modelo para a pesquisa-piloto. Essa adaptação ocorreu devido às necessidades percebidas pela equipe em relação ao campo pesquisado, levando em consideração a comunidade em questão, sem, no entanto, nos fechar apenas à realidade do município, buscando um olhar ampliado para as demais localidades do interior.
Visto a importância da coleta de dados desta pesquisa, procedemos com os aspectos éticos, que envolvem documentos como o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE, utilizado como forma de assegurar o sigilo dos participantes nas informações cedidas.  Entre os cuidados tomados na adaptação do instrumento, foram colocados aspectos relacionados à linguagem do questionário e forma de abordagem dos pesquisadores, considerando também a linguagem que esses utilizariam, tendo a preocupação de não haver uma compreensão errônea das perguntas, tampouco indução nas respostas. O questionário foi aplicado como piloto em algumas residências de famílias cadastradas nas USF citadas. As escolhas dos entrevistados foram realizadas de acordo com os Agentes Comunitários de Saúde que acompanharam os pesquisadores na localidade, facilitando em nossa abordagem aos moradores pela confiança depositada neles pela comunidade.
Essa pesquisa-piloto serviu também para testar o instrumento desenvolvido, aperfeiçoando-o para a aplicação que será realizada em breve pela equipe do PET nas demais localidades cobertas pelo programa.

sábado, 17 de dezembro de 2011

Inserção no Campo-Boa Vista I/Aluízio Pinto; Boa Vista II e Boa Vista III

O contato com a pesquisa inclusa na proposta do PET-Saúde Mental, Crack, Álcool e outras drogas, abre a possibilidade para maior visibilidade do consumo de drogas, especialmente, das práticas sanitárias e sociais consequentes desta realidade cada vez mais frequente no município de Garanhuns.
A inserção no campo nesta fase exploratória da pesquisa e nestes locais específicos foi realizada com sucesso graças à técnica da Observação-participante, que facilitou a nossa interação com os profissionais da USF e mesmo com a comunidade coberta pela Unidade. O registro pontual em um Diário de Campo foi essencial para as trocas de informações mais fidedignas à realidade entre os integrantes da equipe do projeto e a tutoria. Foram obtidas informações de fontes diversas, desde os registros existentes no PSF (fichas de cadastro das famílias e prontuários), até o discurso dos/as próprios/as Agentes Comunitários de Saúde (ACS). Atentar-se para a fala destes foi importante na construção dos saberes e dos vínculos com a comunidade, pois estão diretamente e diariamente lidando com as questões dos moradores.
Após a fase exploratória do projeto, iniciamos a realização de visitas domiciliares, às quais eram feitas com acompanhamento da psicóloga do NASF responsável pela unidade, bem como com a ACS responsável pela área a ser visitada.



Inserção de campo - COHAB II

        A inserção no campo realizada nas Unidades de Saúde da Família (USF) cobertas pelo Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), do bairro COHAB II, nas unidades I, II, e III no município de Garanhuns, tiveram os vínculos estabelecidos entre os/as pesquisadores/as e os/as profissionais de maneiras distintas. A partir da inserção no campo foi possível perceber as diferenças existentes nas três USF’s, mesmo sendo estabelecido pelos pesquisadores/as um “padrão” de abordagem com os/as profissionais e usuários/as da rede. Em duas das USF’s foi estabelecido um vínculo que possibilitou a participação mais ativa dos/as profissionais das unidades na pesquisa, na outra USF os/as profissionais se apresentaram resistentes quanto à temática a ser trabalhada, pois tiveram um incidente com usuário/a de droga, envolvendo um dos profissionais dentro da unidade de saúde. Nas unidades em geral, os/as profissionais demonstraram receio quanto a temática a ser trabalhada, devido aos estigmas diante dos/das usuários/as de drogas existentes na comunidade, tendo dificuldade e abertura para receber o trabalho.



A inserção no campo - CAPS

Tendo em vista a inexistência de um CAPS AD no município de Garanhuns-PE, foi criado como estratégia um grupo de acolhimento realizado semanalmente para o cuidado com os usuários de Crack, álcool e outras drogas. Inicialmente, nossa inserção se deu através da observação do funcionamento desse grupo no serviço e do levantamento de dados através de documentos do CAPS para montar o perfil dos usuários do serviço em questão. As observações nesse serviço foram sendo direcionadas aos poucos. A cada visita aprimorava-se – com as leituras – como seriam realizadas as propostas e como seriam alcançados os objetivos da pesquisa – seguindo sempre a metodologia do projeto. Através de cada visita realizada, foi possível também visualizar como se dá não só o trabalho dos profissionais de saúde, mas como o/a psicólogo/a trabalha na atenção a esta, sobretudo no acolhimento a demanda de uso de drogas e como é realizada a proposta na rede, com relação a mesma. Sendo assim, foi visto o funcionamento das propostas das políticas públicas de saúde, como estas são acolhidas pelos/as profissionais e pela comunidade e, principalmente, como estão sendo concebidos os/as usuários/as nos serviços.

Inserção no campo

Foi a partir das demandas do Programa de Educação pelo Trabalho para a Saúde (PET- SM) crack, álcool e outras drogas, que se fez delinear a inserção no campo nos dispositivos assistenciais a saúde, tanto na rede básica de saúde da família, quanto no Centro de Atenção Psicossocial de Garanhuns (CAPS), onde foi possível enxergar na prática os avanços de um sistema que aos pouco vêm priorizando o processo de humanização e singularização do sujeito, bem como a importância de uma equipe de referência, com apoiadores, que possibilitem o cuidado, mesmo quando a demanda excede o ofertado.
Compartilharmos, através da observação-participante, como a assistência prestada ao usuário e estendida a toda a família configura transformações no espaço social que promove o combate a doença, ou o transtorno, gerando produção de vida. Pois não é só a medicação, não é só o atendimento do médico ou psiquiatra, é o acompanhamento, a participação nos grupos que possibilitam o equilíbrio entre projetos e ações, e isto inclui a eficácia do tratamento.
Por isso, concordamos que todos os integrantes do PET-SM deveriam vivenciar e desfrutar do repertório riquíssimo ofertado nos 03 (três) pólos que o projeto abrangia, dividindo-nos em grupos e realizando as visitas simultaneamente (com a posterior rotatividade). Após as visitas realizadas nos reunimos com a tutoria e preceptoria a fim de distribuirmos as equipes (de forma fixa) e os locais onde seriam desenvolvidas a inserção no campo.
Os vinte e um (21) integrantes foram assim distribuídos, por decisão da tutora em conjunto com os preceptores: sete (07) estudantes no NASF com a preceptora e psicóloga Dulce, sete (07) no NASF com a preceptora e psicóloga Rejane e nove (09) no CAPS. Contudo, devido a demanda do campo, os estudantes que realizavam a inserção nas USF’s, cobertas pelo NASF, se subdividiram para acolher os 06 (seis) postos de cada unidade por NASF, sendo assim ficaram: três (03) estudantes no NASF Boa vista I e Aluízio Pinto, já que funcionam no mesmo espaço físico, dois (02) no Boa vista II e dois (02) no Boa vista III, cobrindo assim as três (03) USF’s do bairro Boa Vista; também no NASF, agora no bairro COHAB II, foi subdividido em três (03) grupos: dois (02) estudantes na USF’s COHAB II-01, três (03) estudantes na USF’s COHAB II-02 e dois (02) estudantes na USF’s COHAB II-03.
Dentro desse processo, desenvolvido ao longo do levantamento de dados, documentos e inserção no campo nas USF’s e no CAPS, com um olhar voltado a uma temática tão crescente e estigmatizada que é o consumo/abuso do crack, álcool e outras drogas, percebemos a gritante necessidade da desconstrução de idéias e estigmas que acabam gerando preconceitos, discriminações, dificultando e/ou muitas vezes impedindo a implantação de abordagens que envolvam este assunto. 

quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

O QUE É O PET- SAÚDE?


O Programa de Educação pelo Trabalho para a saúde- PET- SAÙDE tem como objetivo fomentar a formação de grupos de aprendizagem tutorial em áreas estratégicas para o Sistema único de Saúde (SUS), caracterizando-se como instrumento para qualificação em serviço dos profissionais da saúde, bem como de iniciação ao trabalho e vivências dirigidos aos estudantes das graduações em saúde, de acordo com as necessidades do SUS. Esse programa possibilita o estreitamento das barreiras existentes entre a comunidade e a universidade, permitindo levar através do tripé ensino –pesquisa- extensão um diálogo entre a teoria aprendida em sala de aula e uma familiarização com o dia-a-dia da comunidade, podendo também, devolver em forma de serviços e assistência os conhecimentos adquiridos e ampliá-los com estas novas experiências advindas das pesquisas e da inserção no campo.
A proposta se operacionaliza através da parceria entre Instituições de Educação Superior (IES), Ministério da Saúde e Secretarias Municipais de Saúde, com o pagamento de bolsas a tutores – professores da IES responsáveis pela coordenação das atividades de uma determinada linha de extensão/ensino/pesquisa; preceptores – profissionais, de graduação, da rede de saúde, vinculados à Estratégia de Saúde da Família (ESF) e estudantes.
As atividades relativas a esta linha de extensão/ensino/pesquisa estão sendo desenvolvidas, na Universidade de Pernambuco (UPE), campus Garanhuns, por um Grupo-PET composto por um (01) tutor(a), três (03) preceptores(as) e vinte e um (21) graduandos do curso de psicologia, sendo doze (12) estudantes (bolsistas) e nove (09) estudantes voluntários.